Pandemia e Atividade Física

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Acredito que até os mais pessimistas não acreditaram viver tempos como os que estamos vivendo, com a pandemia do Novo Corona vírus. Repentinamente surgiram situações inusitadas, jeitos de conviver, ou melhor de não conviver, muito estranhos e sem precedentes.

Muitas novas expressões foram encaixadas em nosso cotidiano, pois situações sendo nomeadas criam conceito e promovem mais facilmente adaptação: lockdown, quarentena, isolamento social, live, epicentro, aglomeração, grupo de risco, home office e algumas outras, vão promover o tão falado “novo normal”.

Tempos nada normais contribuíram também para um comportamento sedentário das pessoas e afetou negativamente a saúde mental, aumentando consideravelmente os níveis de sintomas como ansiedade, estresse e, principalmente, depressão.

As diversas mudanças no estilo de vida causadas pela necessidade de isolamento social, foram fundamentais ainda para o aumento do consumo de álcool e o desenvolvimento de distúrbios alimentares com consequências metabólicas e cardiovasculares. 

Um estudo desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) confirmou que os impactos negativos da redução da atividade física na saúde mental dos brasileiros adultos foram altamente relevantes.

Essa pesquisa foi motivada pela observação do aumento de casos psicológicos identificados nos primeiros meses da pandemia. “Muitas pessoas também diminuiriam a prática de atividade física. Isso instigou a estudar se existia relação entre os dois acontecimentos”, lembram os pesquisadores. 

Ao mesmo tempo em que a prática de atividade física diminuiu ao longo da pandemia, os sintomas de distúrbios psicológicos apresentaram crescimento. Além de se manifestar em pessoas que já tinham algum histórico desses distúrbios, os sintomas também foram identificados em pessoas sem o histórico de problemas de saúde mental.

As reações psicológicas relacionadas às pandemias incluem comportamentos adaptativos, angústia emocional e respostas defensivas, com sentimento de ansiedade, medo e frustração.

O estudo demonstrou que 21% dos participantes classificados na categoria muito ativo ou ativo no nível de atividade física tornaram-se irregularmente ativo ou sedentários durante a pandemia. Outro dado preocupante foi com o aumento de em média duas horas na postura sentada. 

A inatividade física e a saúde mental precária estão entre os fatores de risco mais importantes para a morbidade por doenças graves. Isso vale, principalmente, para adultos mais velhos e populações de pacientes com doenças crônicas, que correm um risco maior de mortalidade induzida por Covid-19.

Em meio a pandemia, cumprir as medidas de isolamento social e ficar em dia com os exercícios tem sido um desafio. Existem hoje programações de treinos online com profissionais da área. Não é a maneira ideal, já que o recomendado é sempre fazer exercícios na presença de um educador físico, mas ajuda a pessoa a se manter ativa. É preciso ter muito cuidado, principalmente quem nunca praticou, para não ter lesões. Entre as dicas profissionais, estão exercícios mais simples como alongamento, abdominais e flexões. No caso das crianças podem feitas brincadeiras com bastante movimento.

Alguns médicos ainda ressaltam que a prática de atividades físicas ajuda pacientes com Covid-19. Existe um estudo que mostra que quem prática exercícios tem oito vezes mais chances de combater a doença do que uma pessoa sedentária. Não só com a Covid-19, mas outras doenças também, já que a prática esportiva está diretamente ligada à saúde e qualidade de vida.

Veja abaixo algumas maneiras de manter-se ativo na pandemia e depois que os tempos mais difíceis passarem:

– caminhe de um lugar a outro ou use bicicleta;

– tenha um trabalho ativo em casa, tal como jardinagem e tarefas domésticas;

– brinque com as crianças;

– faça atividades planejadas, estruturadas, repetitivas e que tenham algum propósito, por exemplo, academia, dançar, nadar, praticar esportes com bola;

– escolha atividades com as quais tenha prazer;

– experimente ou mude a atividade, caso sinta-se entediado;

– pratique uma atividade em que toda a família possa se divertir junto;

– torne a atividade parte de sua rotina: caminhe um quarteirão (uma quadra) a mais a cada dia ou use a escada ao invés do elevador;

– se o trabalho exige que fique sentado por horas, levante-se de vez em quando, movimente seus braços e pernas, respire profundamente, faça exercícios e alongamentos que o ambiente permita;

– se o trabalho é fisicamente ativo e pesado, faça intervalos regulares para movimentar o seu corpo de maneiras diferentes;

– estabeleça para si metas realistas e de curto prazo a serem atingidas; à medida que avançar, estabeleça novos objetivos.

Estamos vivendo um momento de crise, isso é claro, respeitando os limites do cotidiano, dos corpos, das famílias, todos aprenderemos que dependemos do movimento para oxigenar a vida.

Texto escrito por: Mírian Seibert Hesse

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